Por: Glenda Almeida Pratti
Uma
pergunta simples que para alguns, pode ser muito difícil de responder. É que
nem sempre temos clareza do que sonhamos como algo bom para nós mesmos. Em meio
a tantos discursos sociais, políticos, econômicos e até morais, sobre o que se
deve ou não seguir na vida, fica difícil sustentar o próprio sonho.
Nem
sempre sonhamos com o que é considerado “normal” ou “padrão” de desejo em nossa
sociedade. Às vezes, em uma família de advogados, eis que surge um filho cujo
desejo, é ser cantor, ou abrir uma padaria. É como se essa pessoa tivesse
quebrando uma regra, fazendo a coisa errada, descendo o nível. Mas... que
regulação é essa de certo e errado? É o desejo de quem que está em jogo?
Alguns,
conseguem vencer as barreiras impostas e sustentam a sua causa. Já outros, não
conseguem sair do conflito. O problema não é estar em conflito consigo mesmo ou
com os outros - o conflito faz parte das relações, pois ninguém é igual a
ninguém, sendo por isso comum, o choque de opiniões, de valores e comportamentos.
O problema pode estar no modo como se lida com o conflito. Alguns, encaram de
frente, mas não sem sofrimento e nem dificuldades. Tanto que às vezes, torna-se
muito complicado “segurar a barra” sozinho. Outros recuam e embarcam nos sonhos
dos outros durante toda uma vida - o que por si só, não é um problema também, depende
de como a pessoa se vê nesse lugar; Mas há aqueles que não encaram e nem recuam,
estes estão parados no mesmo lugar.
Não se permitem dar um passo à frente, e
nem aceitam recuar. Estão paralisados na linha de combate! Ou seja, na linha de
conflito. Utilizando-se da metáfora da guerra, paralisar-se na linha de combate,
é complicado e perigoso, pois você sofre ataque tanto dos “inimigos” quanto dos
“aliados”.
Não
é à toa que as pessoas usam a palavra “sonho” para falar de um grande desejo na
vida. A representação de um sonho traz consigo a ideia de dificuldade e até de impossibilidade
de realização para o momento em que se sonha. Por isso mesmo é tão difícil acreditar
quando um sonho acontece ou se realiza. Os sonhos são pessoais; mesmo os
semelhantes, possuem representações individuais. Desse modo, talvez não se
trate da existência de um sonho fora do padrão, mas sim de uma representação de
sonho fora do contexto do seu significado.
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