sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Quais são seus sonhos?





Por: Glenda Almeida Pratti

Uma pergunta simples que para alguns, pode ser muito difícil de responder. É que nem sempre temos clareza do que sonhamos como algo bom para nós mesmos. Em meio a tantos discursos sociais, políticos, econômicos e até morais, sobre o que se deve ou não seguir na vida, fica difícil sustentar o próprio sonho. 


Nem sempre sonhamos com o que é considerado “normal” ou “padrão” de desejo em nossa sociedade. Às vezes, em uma família de advogados, eis que surge um filho cujo desejo, é ser cantor, ou abrir uma padaria. É como se essa pessoa tivesse quebrando uma regra, fazendo a coisa errada, descendo o nível. Mas... que regulação é essa de certo e errado? É o desejo de quem que está em jogo? 


Alguns, conseguem vencer as barreiras impostas e sustentam a sua causa. Já outros, não conseguem sair do conflito. O problema não é estar em conflito consigo mesmo ou com os outros - o conflito faz parte das relações, pois ninguém é igual a ninguém, sendo por isso comum, o choque de opiniões, de valores e comportamentos. O problema pode estar no modo como se lida com o conflito. Alguns, encaram de frente, mas não sem sofrimento e nem dificuldades. Tanto que às vezes, torna-se muito complicado “segurar a barra” sozinho. Outros recuam e embarcam nos sonhos dos outros durante toda uma vida - o que por si só, não é um problema também, depende de como a pessoa se vê nesse lugar; Mas há aqueles que não encaram e nem recuam, estes estão parados no mesmo lugar. 

Não se permitem dar um passo à frente, e nem aceitam recuar. Estão paralisados na linha de combate! Ou seja, na linha de conflito. Utilizando-se da metáfora da guerra, paralisar-se na linha de combate, é complicado e perigoso, pois você sofre ataque tanto dos “inimigos” quanto dos “aliados”.


Não é à toa que as pessoas usam a palavra “sonho” para falar de um grande desejo na vida. A representação de um sonho traz consigo a ideia de dificuldade e até de impossibilidade de realização para o momento em que se sonha. Por isso mesmo é tão difícil acreditar quando um sonho acontece ou se realiza. Os sonhos são pessoais; mesmo os semelhantes, possuem representações individuais. Desse modo, talvez não se trate da existência de um sonho fora do padrão, mas sim de uma representação de sonho fora do contexto do seu significado.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Sofrer por amor: Porque é tão difícil aceitar que acabou?




Por: Glenda Almeida Pratti

Viver um relacionamento não é tarefa fácil. Conhecer e conviver com as diferenças pode ser uma tarefa árdua e até insuportável, tanto que alguns preferem dar um basta a ter que lidar com os problemas consequentes do relacionamento. Contudo, quando se chega a esse ponto, não é sempre que os parceiros chegam ao consenso de que “o fim” é a melhor alternativa.

Inúmero são os motivos que podem fazer com que uma pessoa não aceite o fim de um relacionamento: há casos onde o ex-parceiro só consegue passar a investir na relação quando está prestes a perder o companheiro, daí a dificuldade em aceitar o fim; há outros em que a questão maior é a dificuldade de lidar com a interpretação de que o “não” do parceiro significa rejeição; em casos extremos não se aceita “o fim” por nutrir uma relação de posse ou dominação sobre o outro. O que esses casos têm em comum é a presença da dificuldade de lidar com a frustração.

É importante frisar que em geral, a raiz do problema se concentra nas questões pessoais do indivíduo que não aceita o término, porém, não podemos ignorar que para ser um relacionamento é necessária também a participação de uma outra pessoa. Isto é, os relacionamentos são construções entre indivíduos. Um relacionamento problemático ou corrosivo não se constrói sozinho, para se constituir como tal, é necessária a implicação das duas partes.

Aceitar um término é difícil por envolver sentimentos, crenças, valores e expectativas, porém isso não impede que alguns limites sejam preservados no que se refere ao próprio bem estar psicológico individual dos parceiros. A perda do respeito mútuo pode ser considerada um dos principais indicadores de que as coisas não estão bem. Essa perda de limite pode se revelar de várias formas, desde a invasão de privacidade até a presença de agressões verbais e físicas.

Respeitar a decisão do parceiro ou parceira não é uma opção, mas sim uma necessidade do relacionamento. Ninguém precisa aceitar nem concordar com as decisões e pensamentos das outras pessoas, mas precisa saber respeitá-las.

Um relacionamento saudável pode ter problemas desde que não falte diálogo. A ausência de diálogo é um indicador de que as coisas não estão bem e ainda podem ficar piores. O diálogo é o fundamento para qualquer relacionamento. Quando não há diálogo não dá para saber quais são os projetos ou expectativas; o que faz feliz ou triste; o que incomoda ou satisfaz; o que agrada ou traz desgosto; o que perturba ou tranquiliza; o que faz rir ou chorar; o que traz luz ou escuridão. Nesse monte de interrogações, como é possível se relacionar?

Só há um jeito de se ter acesso aos pensamentos e sentimentos de uma pessoa: através do diálogo. Se o outro não fala, ou se fala e você não escuta; não há troca, não há compartilhamento, consequentemente, não dá para saber como se colocar na relação, e finalmente, não há relacionamento, mas sim, um compartilhamento de espaço.